Quaresma remete-nos aos 40 dias que antecedem a Ressurreição de Jesus Cristo. A cor litúrgica é o roxo, pois nos convida à penitência. Este tempo favorável nos ajuda a prepararmos o nosso coração para a Páscoa. Período privilegiado de conversão, de mudança de vida e de mentalidade, momento de combate espiritual, de jejum medicinal e caritativo. É propício para a escuta da Palavra de Deus, de silêncio interior e revisão de vida.
Sabemos que a conversão não pode ser apenas pessoal. Desde o Concilio Vaticano II recomenda-se que “[…] a penitência quaresmal não seja só interna e individual, mas sobretudo externa social”. Por isso todo ano a Igreja do Brasil dá início, nesta ocasião, à Campanha da Fraternidade (CF) que nos ajuda a olhar para o pecado social e nos unirmos enquanto comunidade para combatê-lo. A Campanha de 2023 traz o pecado da fome, com o tema: Fraternidade e Fome, e com o lema: “Dai-lhes vos mesmos de comer!” (Mt 14,16). Não podemos ser indiferentes ao sofrimento dos mais necessitados. Todos somos responsáveis.
O Tempo da quaresma perpassa desde a Quarta-Feira de Cinzas até a missa da Ceia do Senhor, na quinta-feira Santa, dando início ao tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor, que tem seu ponto alto na vigília pascal e culmina com as vésperas do Domingo da Ressurreição. Na liturgia quaresmal se omitem os momentos de aleluia, glória e o abraço da paz. Na música litúrgica evita-se o barulho de muitos instrumentos. Muitas comunidades ainda trazem a tradição de tampar com um pano roxo as imagens dos santos.
É primordial lembrar que no Domingo de Ramos temos a coleta Nacional da Solidariedade da CNBB sobre a Campanha da Fraternidade. Dos recursos arrecadados, 60% permanecem na Diocese e compõem o Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS). Os outros 40% são enviados à CNBB, fazendo parte então do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) que, por meio de um conselho gestor, cuida para que a oferta de pessoas e comunidades sejam partilhadas entre os que mais precisam.
Façamos desta quaresma um tempo previsto na palavra de Deus “[…] rasgar o Coração e não as vestes, e voltai para o Senhor!” (Jl13). Que a nossa conversão não seja apenas de preceito, mas de coração, de renovação interior.
Pe. Melquisedec Carlos Fardin
Vigário paroquial
Fonte da Imagem: Vatican news

